4 perfis de consumo que estarão em alta em 2024


Publicado em 23 de Novembro de 2022.

O que os consumidores buscarão ou necessitarão daqui há dois anos? Quais serão os propulsores de comportamentos, desejos e necessidades das pessoas?

Segundo a consultoria internacional de tendências WGSN, cresce nos indivíduos uma necessidade de realinhamento consigo mesmos, com suas vidas e com o planeta.

A empresa mapeou quatro perfis de consumo que impactarão a maneira de se fazer negócio em 2024. Confira:

1 – Reguladores
Avessos a mudanças e maiores de 40 anos, os Reguladores se baseiam na consistência como mecanismo de sobrevivência, buscam o comércio sem contato para manter o controle e o equilíbrio entre vida pessoal e profissional. Por que se comportam assim? Porque saber o que vem pela frente (bom ou ruim) ajuda este grupo a se preparar e ter um sentido de controle em meio ao caos; e diversas mudanças pequenas reduzem a capacidade de processamento do cérebro.

Preferências dos reguladores:

A) Clique e retire: os reguladores adotaram rapidamente o comércio sem contato e as coletas programadas na loja, na pandemia. Em 2024, optarão por coletas externas de itens do dia a dia, como papel higiênico, café e medicamentos. A agilidade e a praticidade serão motivadores-chave. No entanto, os varejistas devem levar em conta a ascensão de novos estilos de vida: o desinteresse do público em ser dono de um carro e o aumento do uso de bicicletas, das caronas e dos meios personalizados de deslocamento.

B) Novos canais de vendas: o comércio por voz deve impulsionar o home
commerce, um ecossistema conectado por tecnologia smart, e esta é uma ótima alternativa para pessoas que têm dificuldade de pesquisar produtos on-line. Alguns formatos para TV Commerce já estão em vigor em alguns mercados, por meio da Amazon Prime e o Sky Mobile, permitindo que o público compre os produtos diretamente a partir do programa a que está assistindo.

2 – Conectores
Com a sociedade na tempestade perfeita, por conta do surgimento de novos valores, a falta de serviços públicos, inflação em alta e salários em baixa, o grupo é contrário à cultura da pressa; aposta no compartilhamento, comprando coletivamente e investindo em serviços por assinatura; e está deixando seus empregos, pois enxerga o sucesso sob uma nova perspectiva. Mais jovens, têm menos filhos e preferem morar com amigos a assumir relacionamentos mais sérios.

Preferências dos conectores:

Clientes conectores querem comprar de de negócios inovadores e cooperativos
Foto: Shutterstock

C) Sustentabilidade: rótulos e etiquetas com dados de sustentabilidade são propulsores de valor que resultam em vendas e postagens nas redes sociais. Será uma boa estratégia para informar o público e reforçar o compromisso ambiental das marcas.

D) Modelos e organizações descentralizados: esta novidade é uma prioridade para este público. Uma organização autônoma descentralizada (DAO) usa contratos inteligentes e tokens de governança para permitir que participantes tomem decisões de consenso sobre o destino do negócio. A ascensão das marcas descentralizadas está sendo impulsionada principalmente por empresas de moda e música. Elas operam por meio de plataformas que financiam comunidades de criação.

3 – Construtores de memórias
Este grupo prefere focar no momento presente, simplificando a vida e investindo na abundância do tempo, em vez de viver buscando a perfeição. Buscará ainda enxugar as relações, reservando mais tempo para quem realmente importa e investindo em novas amizades. Isso vale, inclusive, para as relações familiares, uma vez que a pandemia lançou luz sobre a desconexão de algumas famílias. Os construtores de memórias não querem mais relacionamentos, querem relacionamentos melhores. Para eles, a família é a aquela que você cria, não aquela na qual você nasceu.

Preferências dos construtores de memórias:

E) Economia do cuidado: impulsionados pelo aumento no número de solteiros e de casais sem filhos, a economia e os novos ecossistemas de cuidado estão em alta. Neste sentido, serão prioridade os produtos capazes de permitir que estas pessoas envelheçam bem, uma vez que para elas, esta não é uma questão de vaidade. Os construtores de memórias querem viver mais e aproveitar a vida do melhor jeito possível, seja passando mais tempo com os entes queridos, seja investindo em novos hobbies ou simplesmente descansando. Há, portanto, inúmeras oportunidades nos segmentos de beleza, alimentação, bebidas e tecnologia, sobretudo para negócios que apostarem em uma abordagem inclusiva e universal

F) Compras coletivas: graças às novas dinâmicas familiares e ao conceito de moradia multigeracional, os construtores de memórias veem nas compras coletivas benefícios
comunitários e econômicos.

4 – Neo-sensorialistas
Este consumidor é híbrido e quer o melhor dos dois mundos: quer pagar um jantar presencial com criptomoeda, desbloquear recompensas no metaverso para usar na vida real e investir em NFT para pendurar a obra na parede de casa. Os Neo-sensorialistas têm otimismo e energia de sobra, disposto a transformar o caos em algo fabuloso.

Preferências do neo-sensorialistas:

G) Monetização digital: com o boom das recompensas em games e das carteiras digitais, as empresas precisam se adaptar aos Neo-sensorialistas, que são apaixonados pelas criptomoedas. Se a monetização digital não for uma opção, crie estratégias de parceria baseadas em NFTs, games e anúncios/eventos no metaverso.

H) Sentindo o metaverso: este grupo quer vivenciar o metaverso, e para isso, precisará de tecnologias que permitam sentir o metaverso, de dispositivos ópticos a recursos tátil e de olfato.

Os consumidores querem mais equilíbrio
Foto: Shutterstock

Como os consumidores perceberão o mundo
A WGSN também identificou a maneira como estas pessoas se relacionarão com o mundo ao seu redor. Confira:

1 – Choque com o futuro
Mudanças rápidas na sociedade e na tecnologia causam um sentimento de apreensão. A pandemia exacerbou essas emoções e a alta do custo de vida devem somar ainda mais pressão a esses sentimentos. Além disso, em 2024, a percepção do tempo será mais acelerada, sobretudo para aqueles que frequentam metaversos e realidades virtuais. A compressão do tempo crônica pode levar a sentimentos como dissociação da realidade, ansiedade e comportamentos viciantes.

2 – Excesso de estímulos
A sobrecarga emocional e um estilo de vida sempre conectado estão esgotando os nossos sentidos. De acordo com o historiador sensorial Mark Smith, a pandemia causou uma ‘revolução sensorial’, já que o isolamento e os novos padrões de trabalho e de comportamento social tornaram o toque físico cada vez mais raro, enquanto outros elementos sensoriais, como barulhos e luzes artificiais, se tornaram mais frequentes, sobretudo com o boom da digitalização, das redes sociais, do e-commerce e do entretenimento, games e tecnologias de streaming por vídeo.

3 – Otimismo realista
Pesquisas apontam que as pessoas que tendem a lidar melhor com as crises não focam em momentos de felicidade ou de distração. Elas aceitam o sofrimento, mas não são esmagadas por ele. Na prática, o otimismo realista envolve a busca por propósito em meio às tragédias inevitáveis da existência humana. Este comportamento estará em alta em 2024.

4 – Encantamento
O encantamento reúne e inspira as pessoas. É um sentimento de fascinação que se manteve em segundo plano nos últimos anos, mas que em 2024 será o maior conector entre pessoas numa era de fragmentação. O encantamento torna as pessoas mais empáticas, reduz a ansiedade, desacelera a percepção do tempo e permite que cada um ajuste o foco e seja mais eficiente.

A economia do cuidado está em alta
Foto: Shutterstock

Rotas de negócio
A WGSN fez quatro sugestões de ações para aproveitar estes perfis de consumo. Confira:

1) Promover o comércio comunitário
O grupo dos consumidores-acionistas (conectores) não pode ser ignorado. Para fidelizar este cliente, as empresas devem investir em iniciativas com um sentido de propriedade.

2) Invista na economia do cuidado
Apoie o consumidor que passa por problemas, como doenças, fadiga mental e luto. Incorpore o cuidado às suas entregas. E lembre-se: as pessoas estão descartando tudo o que é tóxico em suas vidas, não deixe que a sua empresa seja descartada também.

3) Aposte no metaverso
Nem todo mundo vai se beneficiar com a metaeconomia, mas todos podem participar, seja incorporando souvenirs digitais como parte de um programa de fidelidade, seja criando produtos digitais para avatares on-line ou investindo na tecnologia tátil.

4) Acelere no ritmo certo
Muitos estímulos e transformações sucessivas podem ter efeitos indesejáveis junto aos consumidores e até seus colaboradores. Faça testes, defina quais categorias de produtos podem ser expandidas e garanta que os seus colaboradores tenham um espaço para descansar e refletir.

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