O setor de comércio eletrônico no Brasil deve se beneficiar da Copa do Mundo no segundo semestre de 2022, segundo a Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm).
A associação projeta faturamento de R$ 91,5 bilhões na segunda metade do ano, fechando 2022 com um total de R$ 165 bilhões em vendas. O número está abaixo dos R$ 169,6 bilhões estimados no início do ano, mas, segundo Alexandre Crivellaro, diretor de inteligência de mercado da associação, o evento deve impulsionar as compras on-line e o faturamento pode ser revisto e ficar bem próximo dos R$ 170 bilhões.
“Esse ano teremos a Copa do Mundo, que deve alavancar bastante a venda de artigos esportivos e eletrônicos, como TVs. Além disso, outros fatores que estamos levando em conta são a leve queda no desemprego e também os auxílios que o governo está disponibilizando para população, que devem gerar uma boa injeção de dinheiro no mercado”, diz.
Os números da associação mostram que o faturamento do primeiro semestre de 2022 é dobro do que foi no mesmo período de 2019. Para Crivellaro, a pandemia acelerou em cerca de três anos o crescimento do setor.
“Antes da pandemia, um faturamento como esse era esperado para daqui a dois, três anos. Nos primeiros oito meses de 2020, na comparação com o mesmo período de 2019, os ganhos explodiram, cresceram quase 60%. E agora, a perspectiva ainda é otimista, projetamos crescimento de 12% esse ano, e em média, 10% ao ano nos próximos 5 anos”, diz ele.
No primeiro semestre de 2022, o setor teve um faturamento de R$ 73,5 bilhões, segundo o levantamento produzido pela ABComm e obtido com exclusividade pela CNN. A associação aponta que os ganhos do setor cresceram 5% em relação ao mesmo período de 2021.
Segundo a ABComm, as compras on-line foram potencializadas durante a pandemia e passaram a fazer parte dos hábitos dos consumidores. Alexandre Crivellaro, diretor de inteligência de mercado da associação, afirma que o crescimento está próximo das previsões, mas deve ser ainda maior no segundo semestre.
“No primeiro semestre, temos datas como Dia das Mães e Dia dos Namorados, só que as famílias já têm muitos gastos na primeira parte do ano e acabam não gastando tanto, por isso tivemos um crescimento tímido. Já no segundo semestre, com Dia dos Pais, Dia das Crianças, Black Friday e Natal, esperamos uma alta ainda maior”, diz Crivellaro.
Veja o faturamento anual do setor nos últimos anos, segundo a ABComm (em bilhões):
- 2016 – 53,5
- 2017 – 60,1
- 2018 – 69,8
- 2019 – 89,9
- 2020 – 126,4
- 2021 – 150,8
Fonte: CNN Brasil