Estabilização da economia já é consenso entre economistas


Publicado em 22 de Setembro de 2016.

O ex-ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, diz que o principal direcionador será a flexibilização da política fiscal.

O ex-ministro da Fazenda e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Nelson Barbosa voltou a afirmar nesta terça-feira (13/09) que a economia brasileira deverá se estabilizar nos próximos meses sob o estímulo da manutenção da apreciação do câmbio, consequente desaceleração da inflação, recuo da taxa de juro real e flexibilização da política fiscal.


Segundo Barbosa, que falou na abertura do "13º Fórum de Economia - Semiestagnação desde 1981. Por que?", realizado em São Paulo pela Fundação Getulio Vargas e Escola de Economia de São Paulo (FGV-EESP), agora é consenso entre os economistas que a economia tende a se estabilizar, o que é uma previsão que ele já fazia no final do ano passado enquanto ministro da Fazenda.


"Tendo a concordar com a maioria dos economistas de que o nível de atividade deve se estabilizar até o final do ano. Isso é o que a gente já falava no final do ano passado e agora é uma opinião cada vez mais consensual, disse, ponderando, no entanto, que estabilização não é recuperação .


"Vai se estabilizar porque vai ter os efeitos expansionistas da apreciação do real e os efeitos expansionistas da queda da taxa de juro real mais a flexibilização fiscal", afirmou. Barbosa lembrou que a taxa real de câmbio teve uma depreciação de 44% da eleição até setembro de 2015. A partir de setembro do ano passado, houve uma apreciação de 33%, que quase que zerou a desvalorização.


"Agora a expectativa é de que ela fique estável. A depreciação causou aumento da inflação e recessão. A apreciação agora gera manutenção, vai causar uma queda da inflação e uma expansão da demanda agregada, principalmente em 2017."Na taxa de juro, o pico da taxa real foi em setembro de 2015, quando chegou a 8,6%. Desde então já caiu 1,5 ponto porcentual, para 7,1%.


A expectativa do mercado é de que esta taxa caia para cerca de 5,5% até o final do ano que vem. "Já há uma redução de taxa de juro real esperada. Isso também tende a contribuir para uma recuperação do nível de atividade nos próximos meses. Então temos, seja do ponto de vista de juros seja do ponto de vista cambial, algumas forças que tendem a estabilizar a economia brasileira no curto prazo", disse.

 

Fonte: Diário do Comércio

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