Pandemia aumentou os gastos de 42% dos brasileiros


Publicado em 27 de Agosto de 2020.

Gastos com supermercados e aumento dos preços dos produtos e serviços foram os principais motivos citados pelos entrevistados

Os novos hábitos e costumes ocasionados pela pandemia da Covid-19 mudaram a rotina de grande parte da população. Para a maioria dos brasileiros, a pandemia impactou negativamente o orçamento familiar. É o que mostra pesquisa realizada pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) em parceria com a Offer Wise. No estudo, 42% dos brasileiros afirmam que a pandemia aumentou o seu nível de gastos.

De acordo com os entrevistados, os principais motivos para o aumento das despesas são os gastos com supermercado (68%), o aumento de preços de produtos e serviços (49%) e o aumento nos gastos com contas básicas, já que 47% deles têm passado mais tempo em casa. “O IPCA, índice de inflação oficial do país, mostrou alta de 0,36% em julho, influenciado principalmente pelo aumento dos preços da gasolina nos transportes, da energia elétrica no grupo de habitação e do aumento dos artigos de tv, som e informática nos artigos de residência”, destaca o presidente da CNDL, José César da Costa.

Em comparação ao período anterior ao coronavírus, o valor despendido com supermercado (55%) e alimentação delivery (39%) aumentou para a maioria dos entrevistados. Por outro lado, a maioria diminuiu as despesas com vestuário (63%), serviços de beleza (53%), artigos para atividade física (48%) e eletrodomésticos (45%). Desembolso com medicamentos (48%) e jogos e itens para lazer (39%) não se alteraram para a maioria.

Entre os que tiveram redução dos gastos totais no período, 46% tiveram diminuição da renda, 41% estão inseguros com relação a quanto tempo a pandemia vai durar, e 32% tiveram menos despesas com lazer.

O presidente da CNDL destaca que a nova rotina dos brasileiros mudou os hábitos de consumo da população e isso se reflete na fatura do fim do mês.

“A pandemia pegou todos de surpresa. A rotina teve que se adaptar ao distanciamento seguro, milhões de empresas tiveram que se ajustar ao home office, escolas foram fechadas, assim como comércio e restaurantes. Tudo gerou uma verdadeira transformação no consumo da população. Enquanto as despesas da casa aumentaram, aquelas que eram feitas no comércio e lazer diminuíram”, afirma Costa.

 

Compras online aumentaram na pandemia

A pandemia também trouxe algumas mudanças nos canais de compra utilizados pelos consumidores. Nesse sentido, ainda que a maior parte dos entrevistados afirme ter feito a maioria de suas compras durante os meses de abril, maio e junho de forma offline (82%), principalmente nos supermercados (67%), uma parte relevante (47%) comprou por meio de canais online, principalmente em sites e lojas virtuais (32%). A pesquisa também mostra o fortalecimento das redes sociais como canais de compra, seja o Whatsapp (11%), Facebook (5%) ou Instagram (5%).

“A pesquisa confirma a tendência do aumento das compras online que já vinha ocorrendo, mas que foi catalisada pelo isolamento social. Os empresários, que sempre venderam mais em suas lojas físicas, já veem acompanhando essas mudanças e vão se adaptar aos novos hábitos do consumidor”, diz José César, que lembra que as redes sociais souberam aproveitar o momento. “As redes sociais foram hábeis em transformar suas plataformas em canais de venda, um movimento natural em um cenário cada vez mais propício à digitalização do comércio”, afirma Costa.

 

Metodologia

Público alvo: Consumidores das 27 capitais brasileiras, homens e mulheres, com idade igual ou maior a 18 anos, de todas as classes econômicas (excluindo analfabetos) e que pretendiam realizar compras para o Dia dos Pais deste ano.

Método de coleta: pesquisa realizada pela web e pós-ponderada por sexo, idade, estado, renda e escolaridade.

Tamanho amostral da Pesquisa: 1.006 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de comprar presentes para o Dia dos Pais. Em seguida, continuaram a responder o questionário 610 casos, somente com os que tinham a intenção de compra. Resultando, respectivamente, em margem de erro no geral de 3,1 p. p. e 4,0 p. p. para um intervalo de confiança a 95%.

Período da coleta dos dados: 09 a 15 de Julho de 2020.

 

Para mais informações confira a  Análise da CNDL

 

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