PIX Saque e PIX Troco: quais os seis benefícios para o varejo


Publicado em 22 de Dezembro de 2021.

O meio de pagamento já é o segundo mais usado no País

Após completar um ano em funcionamento no país, o PIX, sistema de pagamento instantâneo do Banco Central, implantou duas novas modalidades em novembro: o PIX Saque, que permite o cliente sacar dinheiro em espécie nos estabelecimentos comerciais, e o PIX Troco, que também possibilita o saque em forma de troco após a realização de uma compra ou prestação de serviço.

A atualização é uma resposta do Banco Central para estimular o comércio, principalmente físico, a se adaptar à nova forma de pagamento – visto que até meados de maio de 2021 as transferências instantâneas de consumidores para empresas por meio do Pix representavam apenas 12% do total de transações, deste que já é atualmente o segundo meio de pagamento mais usado no País de acordo com pesquisa conduzida pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).

“Apesar do mercado já ter tecnologia disponível e dos consumidores já terem aderido à novidade, nas lojas físicas esse formato ainda não decolou. O cartão de débito e crédito, além do dinheiro, seguem liderando os pagamentos e isso se deve, em grande parte, a uma questão cultural por parte dos varejistas que ainda não despertaram para todo o potencial dessa novidade para melhorar sua competitividade ao, por exemplo, eliminar taxas desnecessárias”, explica Edgard de Castro, vice-presidente de Relações Institucionais da AFRAC (Associação Brasileira de Automação para o Comércio).

Envolvido na intermediação entre as diretrizes do Banco Central para o futuro do Pix e o envolvimento das empresas desenvolvedoras de software para o varejo, necessários para suportar o avanço do meio de pagamento no País, o executivo avalia que as novas funcionalidades ajudarão o comércio a atrair mais clientes, assim como poderá escoar com mais facilidade o dinheiro do caixa, economizando mais com transporte de valores e gastos com segurança.

 

À exemplo dessa facilidade, Castro listou abaixo seis benefícios que podem ser determinantes na tomada de decisão em aderir ao Pix como meio de pagamento:

Atração de clientes
Os estabelecimentos comerciais viram pontos de conveniência, onde as pessoas podem sacar dinheiro. Esse fluxo pode trazer para dentro dos pontos de venda novos potenciais clientes que passam a consumir o seu produto ou serviço principal depois de conhecê-lo por uma necessidade primeira de um saque, por exemplo.

Fidelização
Essa mesma função de conveniência não apenas atrai, como também fideliza os potenciais clientes ao oferecer um benefício 2 em 1 e, portanto, com isso, se diferenciar da sua concorrência local. Afinal, em uma única visita à padaria, por exemplo, é possível tomar o café da manhã e já realizar o saque de dinheiro necessário para o dia. E, evita-se, então, uma visita ao caixa eletrônico ou o deslocamento ao banco, além de o cliente ter o seu tempo otimizado.

Recebimentos
Ao praticar o Pix Saque ou o Pix Troco o comércio recebe uma pequena tarifa nas operações, que pode variar de R$ 0,25 a R$ 0,95 por transação. Individualmente pode não parecer atrativo, mas no volume o serviço pode representar uma nova fonte de renda ao estabelecimento que diariamente busca se reinventar. E isso se soma ao aumento do ticket médio que essa conveniência pode gerar, como indicado nos pontos acima.

Mais segurança
O pagamento em dinheiro é o terceiro preferido das pessoas nas compras físicas e o primeiro mais utilizado para o pagamento de contas de consumo, de acordo com a pesquisa conjunta entre CNDL e SPC Brasil. Isso significa que estabelecimentos que giram muito dinheiro, como postos de combustíveis, sentirão o benefício ao retornar essas notas em espécie para o mercado com mais rapidez. E, com menos dinheiro parado em caixa, menor os gastos com segurança e transporte.

Liberdade
Apesar dos limites de saque estipulados pelo Banco Central, de R$ 500 durante o dia e de R$ 100 à noite, entre 20h e 6h, o comerciante tem autonomia para fixar os limites das transações. Ou seja, a adesão às modalidades é totalmente customizável para não impactar, por exemplo, a disponibilidade de troco das lojas.

Mudança de cultura
A maior parte do varejo físico é alimentada por bancos tradicionais que cobram taxas da pessoa jurídica para o recebimento por meio do Pix, à exemplo do que acontece com as transações pagas nos cartões de débito e crédito. Por esse motivo, os empresários perdem a motivação para incentivar sua adoção, visto que ela exige não apenas um preparo tecnológico, como também treinamento de equipe. Entretanto, o Pix Saque e o Pix Troco invertem essa lógica e pagam o varejista pela transação – o que pode vir a financiar seu melhor entendimento e aplicação.

“O Pix Saque é mais um atrativo de uma série que ainda vem aí em 2022. Com ele, o sistema tende a ficar mais conhecido no varejo e também deve haver mais investimento em treinar as equipes para que operem a função. Com isso, ele deve ser melhor difundido e incentivado”, finaliza o vice-presidente de Relações Institucionais da AFRAC (Associação Brasileira de Automação para o Comércio).

 

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