Setembro Amarelo: especialista aponta estratégia para empresas salvarem vidas


Publicado em 18 de Setembro de 2024.

Neste Setembro Amarelo, plataforma de cuidados com a saúde mental nas empresas reforça a importância da prevenção

O suicídio é um desafio crítico de saúde pública, que afeta a sociedade como um todo e demanda atenção urgente. Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam uma realidade alarmante: anualmente, mais pessoas perdem a vida por suicídio do que por HIV, malária ou câncer de mama, superando até mesmo o número de mortes decorrentes de guerras e homicídios.

Essa triste realidade é ainda mais preocupante entre os jovens, sendo o suicídio a quarta principal causa de morte entre aqueles de 15 a 29 anos, ficando atrás apenas de acidentes de trânsito, tuberculose e violência interpessoal.

De acordo com Bia Nóbrega, especialista em desenvolvimento humano e organizacional e embaixadora da orienteme, plataforma que oferece soluções integradas para promover a saúde, a mobilização de esforços globais para enfrentar essa crise é fundamental e as empresas também precisam estar atentas a seus colaboradores. “Transformar a prevenção do suicídio em uma prioridade global é fundamental para salvar vidas”, diz.

Desde 2013, a campanha internacional Setembro Amarelo, introduzida no Brasil por Antônio Geraldo da Silva, presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), tem desempenhado um papel de conscientização e rompimento de estigmas na sensibilização para o tema. Em parceria com o Conselho Federal de Medicina (CFM), a ABP vem promovendo a campanha anualmente desde 2014, alcançando parceiros em todo o país.

Embora o Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio seja celebrado oficialmente em 10 de setembro, as ações do projeto se estendem ao longo do ano, constituindo-se na maior campanha anti-estigma do mundo. Em 2024, o lema escolhido é “Se precisar, peça ajuda!”. “Oferecer ajuda é fundamental, especialmente quando sabemos que praticamente 100% dos casos de suicídio estão relacionados a doenças mentais, muitas vezes não diagnosticadas ou tratadas inadequadamente”, completa a especialista.

Ela é um exemplo de liderança que utiliza sua experiência para criar um impacto positivo no ambiente corporativo. Em 2020, enquanto geria a área de Pessoas de uma organização, ela desenvolveu um programa anti estigma voltado para a saúde mental, sensibilizando e capacitando outros gestores e o time de Recursos Humanos. Além disso, promoveu ações integradas que envolviam saúde mental, práticas culturais, esportivas, nutrição e bem-estar.

“Com o apoio de avaliações permanentes e a oferta de atendimento psicológico amplo e irrestrito, os resultados foram bem positivos: a empresa alcançou a certificação GPTW e entrou no Top 10 de Melhores Bancos para Trabalhar no Brasil, além de ser reconhecida como a Melhor Instituição Financeira em Saúde Mental do país”, lembra, reforçando que o maior ganho ainda está em promover ações para uma melhor qualidade de vida dos funcionários e prevenir problemas que possam levar ao ato fatal.

Cenário brasileiro preocupa

No Brasil, o cenário é particularmente grave. Entre 2016 e 2021, as taxas de mortalidade por suicídio entre adolescentes de 15 a 19 anos aumentaram 49,3%, enquanto que entre jovens de 10 a 14 anos o aumento foi de 45%, conforme dados da Secretaria de Vigilância em Saúde, do Ministério da Saúde. Em termos absolutos, 12,6 a cada 100 mil homens e 5,4 a cada 100 mil mulheres no país perdem a vida dessa forma trágica.

Globalmente, as taxas de suicídio variam de maneira significativa. Enquanto alguns países europeus têm conseguido reduzir os índices, outras nações, especialmente na Ásia Oriental, América Central e América do Sul, registram um aumento preocupante. Apesar da gravidade da questão, poucos países tratam a prevenção do suicídio como uma prioridade de saúde pública: apenas 38 países possuem uma estratégia nacional dedicada ao tema.

Atualmente, Bia Nóbrega segue propagando a importância do tema por meio de suas redes, mentorias e palestras. Este ano, ela dá mais um passo ao se tornar embaixadora da orienteme, plataforma parceira em saúde mental desde 2020 e a única no Brasil a oferecer soluções integradas para o bem-estar e produtividade dos colaboradores. A ferramenta unifica atendimento psicológico, nutricional e de orientação física, proporcionando uma redução importante nos índices de depressão (34,48%), ansiedade (25,14%) e estresse (21,25%) – problemas críticos em um país que é o segundo mais depressivo e o primeiro mais ansioso do mundo.

Além de atendimentos especializados via videochamadas, a plataforma possibilita que os profissionais de saúde estejam disponíveis para conversas via chat, com opções de troca de mensagens de texto, áudio, vídeo e imagem, garantindo um suporte contínuo e próximo. A orienteme ainda conta com ferramentas para identificação de casos de risco, como os de ideação suicida, e protocolos de atendimento especializado, que age de forma ágil, humana e sensível para ajudar essas pessoas a encontrarem novas razões para continuar.

“As empresas, por meio de iniciativas como essa, podem desempenhar um papel divisor de águas na promoção da saúde mental e na prevenção do suicídio, ajudando a construir um futuro mais saudável e solidário para seus colaboradores e para toda a sociedade”, conclui.

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