Sobe e desce: Combustível cada vez mais caro prejudica orçamento das empresas em 2018


Publicado em 26 de Janeiro de 2018.

Sobe e desce que nada, aqui os preços só conhecem o caminho chamado subida. A volatilidade dos preços dos combustíveis deixam a vida dos brasileiros cada dia mais difícil, o aumento vem acompanhado de tributos ainda mais caros.

Quem ainda não se assustou com os preços da gasolina ao abastecer seu veículo? O brasileiro tem uma surpresa a cada ida ao posto de combustível, e muitos confessam que não acham graça nessa surpresinha que tem mexido com o cotidiano e o bolso das pessoas. A volatilidade do preço da gasolina tomou espaço nas discussões, gerando por consequência muitas dúvidas.

 

Desde que a Petrobras adotou o sistema internacional de precificação do petróleo, os preços têm variado muito e o aumento é constante. Em governos anteriores, a política de precificação dos combustíveis eram diferentes, os preços eram reajustados de acordo com uma agenda do governo, sendo feito só quando o mesmo achava necessário. O fato é que essa política estava prejudicando o caixa da estatal, tudo se agravou ainda mais com as descobertas de inúmeros casos de corrupção dentro da que é hoje a maior empresa do Brasil. Novas políticas foram implantadas, e com ela uma norma forma de taxar os preços do que hoje é o principal combustível do país, a gasolina.

 

Os preços são reajustados nas refinarias, onde o petróleo é processado e como a Petrobras detêm o monopólio deste processo, ela é quem dita os preços e cabe aos postos repassar ou não esses valores aos clientes. Minas Gerais é um dos estados com a gasolina mais cara do país, ficando atrás apenas do Acre, um fator que interfere diretamente nos valores dos combustíveis é a carga tributária que incide sobre eles, cerca de 46% do valor da gasolina é composto por impostos, lembrando que existe variáveis de acordo com o estado, os dois estados citados anteriormente possuem carga tributária maior e isso é o que mais encarece esse item essencial na economia do país. Mesmo sendo um dos maiores produtores de combustíveis fósseis do mundo, o Brasil é país que pratica os maiores preços desse produto.

 

Oscilação afeta setores da economia.

 

O empresário e economista Luiz Ângelo, afirma: “a oscilação diária desses preços podem influenciar diretamente no planejamento orçamentário das empresas, que por sua vez não tem como controlar e muito menos como prever o preço do combustível, o que não ocorria anteriormente”. Transportadoras, postos de combustíveis, empresas de transporte humano e tantas outras são impactadas a todo momento devido a essa volatilidade da gasolina, por consequência isso acaba pesando no bolso do consumidor final, que é quem sempre paga o pato.

 

Muitas pessoas tem evitado sair de casa de carro, optando por transportes alternativos ou mesmo indo a pé se o destino não for muito distante, os altos valores acabam pesando no orçamento. Outra solução adotada por muitos é o uso do álcool como combustível, ele está mais barato nas bombas, o que o deixa mais atrativo, também a frota de carros flex no país é grande o que faz dessa possibilidade cada vez mais real.

 

Esse sobe e desce tem preocupado empresários de vários setores, e por consequência varias entidades ligadas a eles. O presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Estado de Minas Gerais (FCDL), Frank Sinatra, mostra sua preocupação para com a economia: “O aumento dos combustíveis afeta, não somente o consumidor, mas toda a economia. Ainda mais quando pensamos que 60% dos produtos são transportados por caminhões no país e que os combustíveis representam 40% do custo do frete. Tudo isso vai pesar no preço final das mercadorias tirando a competitividade delas, além de reduzir a margem de lucro final.” O presidente da FCDL também afirma que não só o reajuste do combustível, mas também com o aumento de tributos que o atual governo busca fazer, resultará em montante de aproximadamente R$10,4 Bi., tudo isso para cobrir o rombo de R$139 bilhões das contas públicas, ou seja, tapar o sol com a peneira.

 

Medidas que impactam diretamente a vida de consumidores e empresários de todos os setores do país. Vale lembrar que todos esses valores citados anteriormente não são repassados aos estados da federação e muito menos aos municípios. Frank Sinatra reitera, “São medidas que beneficiam somente o lado do governo.” Segundo o economista Luiz Ângelo, a política adotada de precificar de acordo com o mercado internacional é utilizada em muitos países, entretanto o que encarece o nosso produto são os impostos altíssimos cobrados em cima desse insumo, o que provoca somente o encarecimento.

 

Segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), a gasolina em Divinópolis está custando em média R$4,31, desde que essa política foi adotada, em julho de 2017, a gasolina acumulou alta de 27,9% nas refinarias e o diesel acumula 24,48%, com tendencia de crescimento.

 

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