Publicado em 17 de Setembro de 2024.
Após dois meses de baixa expressividade, o setor de varejo voltou a se recuperar em Minas Gerais, com resultado acima da média nacional. Em agosto, o comércio varejista cresceu 2,9% no Estado – mais que o dobro do crescimento no Brasil, que somou 1,2%. As informações constam no Índice de Atividade Econômica Stone Varejo divulgado nesta quarta-feira (11).
Com desempenho superior aos meses de junho (+0,5%) e julho (-0,5%), o atual momento, de acordo com o especialista em varejo, José Cortizo, reflete tanto tendências nacionais quanto características regionais. Segundo ele, Minas Gerais tem mostrado sinais de resiliência e inovação, com e-commerce e varejistas alimentares regionais protagonizando a alavanca de crescimento do varejo.
No ano passado, o segmento alimentício atingiu a marca de R$ 1 trilhão em faturamento no País, conforme foi divulgado pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras). Os dados apresentados, segundo o especialista, mostram que as empresas do setor de alimentos estão em plena expansão com forte presença no setor de atacarejo, que tem crescido em popularidade no Estado e no Brasil.
Apesar dos avanços em território nacional, o mercado mineiro conta com particularidades, graças às fortes marcas regionais presentes em diferentes regiões. “Notamos que os grandes varejistas nacionais não têm tanta força em Minas Gerais, mesmo os cash & carries“, avalia Cortizo.
O desempenho dos negócios regionais também é confirmado no ranking Abras de 2024, que listou as maiores empresas supermercadistas do Brasil. A lista conta com marcas mineiras, como Supermercados BH, com R$ 17,4 bilhões de faturamento anual, e Mart Minas Atacado & Varejo, faturando R$ 9,4 bilhões.
Além da força das marcas regionais, Cortizo destaca que a valorização de produtos locais, como café gourmet e queijos, estão entre as principais oportunidades de negócio para o varejo no Estado. “É importante que se saiba explorar esta grande vantagem”, pontua.
Em relação aos desafios, para o especialista, é fundamental que o varejo direcione olhares para modernizar a logística e a infraestrutura. “Minas Gerais é um estado extenso e, em muitas regiões, a infraestrutura de logística ainda é um grande desafio. As empresas necessitam trabalhar a agilidade na distribuição, além de otimizar o custo de transporte, que hoje são fatores limitantes para a expansão, especialmente em áreas mais afastadas dos centros urbanos”, analisa Cortizo.
Ao avaliar a perspectiva do varejo no Estado para o segundo semestre, o especialista destaca que a expectativa é de continuidade no crescimento. O e-commerce, segundo ele, segue como uma das principais apostas, principalmente nos segmentos de tecidos, vestuários e calçados e também móveis e eletrodomésticos.
Além disso, o atual cenário de expansão é marcado pela continuidade da força de grandes players locais no Estado, que contam com um planejamento de forte crescimento orgânico até 2025. “O formato oferece preços mais competitivos e segue ganhando força e popularidade entre a classe média”, conclui Cortizo.
Ao analisar o mercado nacional, o pesquisador e responsável pelo Índice Stone de Varejo, Matheus Calvelli, destaca que a alta de 1,2% em agosto é reflexo de fatores macroeconômicos.
Entre os seis segmentos analisados, três registraram alta mensal, com destaque para hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com avanços de 5,1%. Em seguida, artigos farmacêuticos (1,3%) e tecidos, além de vestuários e calçados (1,1%) completam a lista.
Já o setor material de construção liderou entre os destaques negativos, com uma baixa de 1,9%. Outros dois segmentos também registraram queda: livros, jornais, revistas e papelaria (1,5%) e móveis e eletrodomésticos (0,3%).
No contexto geral, Calvelli cita que o Brasil passa por contextos econômicos positivos, com destaque para os avanços no mercado de trabalho e taxas de desemprego em níveis historicamente baixos. Além disso, o pesquisador acrescenta que o varejo também foi impactado pela alta da massa salarial e queda do endividamento das famílias.
Ao comparar com o índice anterior, Calvelli considera que as recentes baixas foram atípicas, caracterizadas pela aceleração da inflação no período. Entretanto, o pesquisador ressalta que a realidade do pequeno e médio empreendedor tende a ser mais volátil que da economia como um todo. “Nesse contexto, quedas pontuais não são incomuns mesmo em cenários majoritariamente positivos”, argumenta.
Para os próximos meses, a perspectiva nacional também é positiva, impulsionada pela alta do consumo das famílias. Em relação ao setor de Produtos Alimentícios, a atual volatividade impede que cenários positivos sejam estabelecidos. “Não esperamos uma progressão suave, sem baixas ao longo do caminho”, avalia Calvelli.
Já em relação aos setores de Vestuário e Artigos Farmacêuticos, as apostas são positivas. O pesquisador ressalta que, após longos períodos de baixas, o setor de Vestuário segue evoluindo há alguns meses, ao mesmo tempo em que e os dados mais recentes de inflação têm apresentado preços estáveis. Em relação ao setor de Artigos Farmacêuticos, foi apresentada uma redução na volatilidade nos últimos meses, com expectativa de evolução positiva até o final de 2024.
Com informações do Diário do Comércio
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